Temporal em Petrópolis: os relatos de sobreviventes da enxurrada | Rio de Janeiro

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O número de mortos do temporal que destruiu parcialmente Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, chegou a 67 na tarde desta quarta-feira (16). Outras pessoas estão desaparecidas, mas por enquanto o Corpo de Bombeiros não sabe estimar quantas são. Em meio a isso, os relatos dos sobreviventes da enxurrada se multiplicam (veja alguns deles abaixo).

Números da tragédia (até as 15h30):

  • 67 mortos
  • 54 casas destruídas
  • 372 desabrigados

Avó usa enxada para procurar por neta

No que sobrou do Morro da Oficina, um dos locais mais devastados pela chuva, Gizelia de Oliveira Carminate, de 36 anos, usava uma enxada tentando abrir caminho na lama atrás de uma bebê de 1 ano, Helena, neta dela, da filha Maria Eduarda Carminate de Carvalho, de 17, e da madrinha da filha.

Mãe busca por bebê de 1 ano que desapareceu após desabamento em Petrópolis

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“Tem que mexer [nos escombros]. Ninguém está mexendo. É uma bebê de 1 ano, sem respirar, debaixo dessa lama. Você consegue?”, disse a avó enquanto as buscas continuavam.

Pela tarde, Gizelia, moradora de Juiz de Fora (MG), recebeu a confirmação de que a filha tinha tido o corpo reconhecido, assim como a neta e a madrinha de Maria Eduarda.

“Minha filha era a coisa mais linda que tem no mundo. Te juro por deus. Uma princesa, 17 anos”, disse Gizelia, muito emocionada.

Contato por telefone com a tia

Na manhã desta quarta, Natália Goulart conseguiu falar com a tia, presa entre os escombros, por telefone. A mulher se chama Milena Sofia Rosa, cuja casa dela desabou no final da tarde de terça-feira (15). Desde então, a família tentava entrar em contato com ela.

Família diz que mulher está soterrada e com vida na região do Quitandinha

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“A casa da minha tia desabou, às dezoito horas, o meu primo conseguiu escapar pela enxurrada e, até então, o celular da minha tia estava sem sinal nenhum. Agora, seis horas da manhã, eu reparei que estava com dois risquinhos e eu liguei para ela. Ela atendeu, falou comigo e com o meu pai, falou bem baixo, só que a gente não conseguia entender o que ela estava dizendo”, contou Natália.

Morador procura irmão desaparecido

Em meio ao desastre, outro morador buscava o corpo do irmão, que tem deficiência física. Segundo Felipe, o irmão, Rafael, morreu dentro de um ônibus arrastado pela chuva na Rua Coronel Veiga.

Felipe quer liberar o corpo do irmão, Rafael, do IML de Petrópolis — Foto: Reprodução/ TV Globo

“Ele [Rafael] mandou mensagem que o telefone dele tinha acabado a bateria, que o rio estava subindo, estava tudo alagado. Mas, como ele mora nas imediações, ele já estava acostumado com isso. A água subiu de maneira muito forte e algumas pessoas conseguiram sair. Ele é deficiente físico e não conseguiu sair do ônibus”, disse Felipe.

“Meu irmão sofreu um acidente há 12 anos em que ele perdeu a perna esquerda, teve que amputar. E quando ele tinha 11, 12 anos, sofreu um traumatismo craniano em que ele ficou quase dois meses em coma. Foram quase dois anos sem andar. Ele sofreu muito. O que mais me dói é o quanto ele sofreu e ter uma morte tão estúpida dessas, dentro de um ônibus. Imagina o desespero dele. Eu não tenho palavras para dizer o quanto está doendo e eu estou sofrendo com isso”, lamentou o irmão.

Tio tenta reconhecer sobrinha

José Luís Eliseu esteve no Instituto Médico Legal da região e tentava reconhecer o corpo da sobrinha, que segundo ele também estava em um ônibus.

“Minha sobrinha estava no ônibus que caiu dentro do rio. Encontraram o corpo dela. Querem que mandem uma foto dela para aguardar uma resposta. Não custa deixar a gente entrar e reconhecer o corpo de uma vez, entendeu? A família toda está em sofrimento. Ela era filha única, uma menina adorável”, afirmou o morador de Petrópolis.

Cinco parentes soterrados

Outro morador, Vagner Daniel contou que a enxurrada foi repentina e começou a se estender com muita rapidez. Em um vídeo, o homem disse ter perdido cinco pessoas da família, que foram soterradas por lama e escombros.

‘Estamos tentando ajudar um ao outro’, diz morador que perdeu 5 pessoas da família

‘Estamos tentando ajudar um ao outro’, diz morador que perdeu 5 pessoas da família

“É assustador. As pessoas estão sem acreditar no que está acontecendo. A população está atônita. Está todo mundo tentando sobreviver na medida do possível. Eu tenho cinco pessoas da família que, infelizmente, foram soterradas. Tenho primos desabrigados, amigos que estão em casas interditadas, que trabalham comigo. Estamos tentando ajudar um ao outro aqui.”

Em meio a tanta dor, o publicitário Carlos Menezes conseguiu reencontrar, na manhã desta quarta, o cãozinho Pitoco, um vira-lata adotado há cerca de um ano.

Morador de Petrópolis reencontra cão após deslizamento

Morador de Petrópolis reencontra cão após deslizamento

Em seis horas, choveu mais que o esperado para o mês inteiro em Petrópolis — Foto: Arte/g1

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Fonte: G1