Morador de Petrópolis busca corpo do irmão deficiente desaparecido: ‘Não conseguiu sair do ônibus’ | Região Serrana

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp

[ad_1]

Um morador de Petrópolis busca o corpo do irmão, deficiente físico, que, segundo ele, morreu dentro de um ônibus arrastado pela chuva na Rua Coronel Veiga. Ele passou a manhã desta quarta-feira (16) no Instituto Médico-Legal (IML) da cidade em busca de informações.

Felipe conta que Rafael, de 42 anos, mandou mensagem para a mulher pelo celular de uma passageira durante o temporal. Mas Rafael acabou perdendo contato.

“Mandou mensagem que o telefone dele tinha acabado a bateria, que o rio estava subindo, estava todo alagado. Mas, como ele mora nas imediações, ele já estava acostumado com isso. A água subiu de maneira muito forte e algumas pessoas conseguiram sair. Ele é deficiente físico e não conseguiu sair do ônibus”, disse Felipe.

Felipe quer liberar o corpo do irmão, Rafael, do IML de Petrópolis — Foto: Reprodução/ TV Globo

O morador contou que percorreu os hospitais da cidade até chegar ao IML. Ele define o irmão como um “guerreiro”, uma pessoa que sempre lutou pela vida.

“Meu irmão sofreu um acidente há 12 anos atrás em ele perdeu a perna esquerda, teve que amputar. E quando ele tinha 11, 12 anos, sofreu um traumatismo craniano em que ele ficou quase dois meses em coma. Foram quase dois anos sem andar. Ele sofreu muito. O que mais me dói é o quanto ele sofreu e ter uma morte tão estúpida dessas, dentro de um ônibus. Imagina o desespero dele. Eu não tenho palavras para dizer o quanto está doendo e eu estou sofrendo com isso”, lamentou Felipe.

O irmão de Rafael afirmou que o atendimento no IML foi precário.

“Anotaram os meus dados para fazer o reconhecimento, eu disse que sou o irmão, falei as características. Até porque está muito fácil, pois é fácil identificar, por ser um deficiente físico. E me perguntaram se eu moro perto e disse que ia demorar”, contou Felipe.

José Luís Eliseu, que também esteve no IML, tentava reconhecer o corpo da sobrinha

“Minha sobrinha estava no ônibus que caiu dentro do rio. Encontraram o corpo dela. Querem que mandem uma foto dela para aguardar uma resposta. Não custa deixar a gente entrar e reconhecer o corpo de uma vez, entendeu? A família toda está em sofrimento. Ela era filha única, uma menina adorável. Mas se Deus quis assim, fazer o quê, não é? Vou guardar só as boas lembranças”, afirmou o morador de Petrópolis.

A manhã foi de busca pelos corpos de parentes desaparecidos no IML.

“Foram os dois filhos e a mãe. As crianças, um menino e uma menina, tinham dois e cinco anos. A gente só conseguiu ver um dos corpos. Sem palavras, sem palavras”, disse Roberta Oliveira.

‘Estamos tentando ajudar um ao outro’, diz morador que perdeu 5 pessoas da família

‘Estamos tentando ajudar um ao outro’, diz morador que perdeu 5 pessoas da família

Supermercado é usado como abrigo

Vagner Diel, que também vive em Petrópolis, estava trabalhando em um supermercado da região central que funcionou como abrigo para muitos moradores da cidade.

“Ontem eu estava no trabalho por volta de 16h e foi uma coisa muito repentina. A chuva começou a se estender com muita rapidez. O pessoal que estava dentro do mercado, a gente conseguiu manter eles com a gente. A gente fez um lanche para o pessoal, para confortar as pessoas que estavam ali presas. Algumas ficaram até as 21h”, contou.

Apesar de consolar muitos moradores, Vagner também vive o próprio drama. Ele busca informações de cinco familiares, que estão desaparecidos desde o temporal.

“Uma coisa muito assustadora. As pessoas estão sem acreditar no que está acontecendo. A população está atônica. Está todo mundo tentando sobreviver na medida do possível. Eu tenho cinco pessoas da família que, infelizmente, foram soterradas. Tenho um primo desabrigado, tenho amigos que estão em casas interditadas que trabalham comigo e estamos tentando ajudar um ao outro aqui”, afirmou Vagner.

[ad_2]

Fonte: G1