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A aposentada Neli Cerqueira de Carvalho, de 74 anos, falou por telefone com o irmão, Aílton Dias Cerqueira, de 68, e a cunhada, Ieda, de 62, durante o temporal que atingiu Petrópolis, na Região Serrana, nesta terça-feira. O casal, morador do Morro da Oficina, no Alto da Serra, estava calmo e contou que “descia muita água”. Algumas horas depois, os telefones dos idosos pararam de atender. Agora, familiares e amigos fazem uma campanha nas redes sociais em busca de informações que levem a localização deles. De acordo com o Ministério Público do Rio, já foram cadastradas 35 pessoas desaparecidas em razão dos deslizamentos na região.
– É uma angústia terrível – resumiu a aposentada.
A recepcionista Emanuelly Mussel Macedo de Arruda e o marido Leandro Caio da Silva Furtado iriam comemorar com a família o aniversário dela, que completaria 24 anos nesta terça-feira. Não houve tempo para a festa: a casa em que moravam, na Rua Vila Felipe, no Bairro Alto da Serra, foi atingida por uma montanha de lama, água e detritos e desabou. Desde então, o casal, que estava junto há seis anos, está desaparecido.
– Eu peguei a minha neta no colégio e trouxe para minha casa porque não tinha notícia da minha filha e do meu genro. Hoje, meu marido foi no endereço deles e viu que a casa havia desabado. Eles não foram encontrados ainda. Estou desesperada. Estamos procurando em hospitais também. Tenho esperança de encontrá-los vivos. Nós iríamos fazer uma surpresa para eles e passaríamos o aniversário com os dois. Choveu muito e gente não teve como ir – disse Graziella Mussel, mãe de Emanuelly, chorando.
As duas famílias publicaram fotos com nomes e telefones no perfil “Desaparecidos Petrópolis” (@desaparecidospetropolis) no Instagram. A página, criada nesta tarde, já tem quase cinco mil seguidores e traz a informação de que é um perfil voluntário dedicado a divulgar referências para contato de pessoas desaparecidas nas chuvas.
De acordo com o MP, as comunicações estão sendo recebidas pelo Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/MPRJ), que está mobilizado em sua central de atendimento. As informações sobre desaparecidos são recebidas pelos canais de comunicação do PLID no telefone: (21) 2262-1049, e-mail: atendimento.plid@mprj.mp.br, e no site: www.mprj.mp.br/todos-projetos/plid.
A partir do cadastro no banco de dados do PLID, as informações e características físicas dos desaparecidos compartilhadas por parentes e familiares são checadas junto aos demais bancos de dados oficiais. Há uma equipe também, integrada por servidores e promotores de Justiça, no Hospital Alcides Carneiro, no bairro Corrêas, e no Instituto Médico Legal da cidade, na Rua Vigário Corrêa.
Nesta quarta-feira, foi criado um gabinete de crise para articular diferentes frentes de atuação para o enfrentamento do problema. Os primeiros objetivos são agilizar o processo de identificação dos corpos, vistoriar e acompanhar as necessidades da população nos 16 pontos de apoio que recebem desabrigados, monitorar novos riscos junto aos órgãos competentes e atuar na localização de desaparecidos. O MPRJ também mobilizou campanha para arrecadação e distribuição de doações.
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Fonte: G1