Empresária niteroiense quase perde a visão após procedimento de extensão de cílios

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“Eu saí de casa com a intenção de ficar mais bonita e eu confiei o meu rosto à uma profissional.”, conta a autônoma Deusa Kannon do Amarante Kalife, que saiu de casa em uma manhã de dezembro para realizar um simples procedimento de extensão de cílios e quase perdeu a visão após, segundo ela, uma ‘gambiarra’ da profissional e a negligência do salão de beleza. O erro da esteticista causou queimaduras de 2º grau, que evoluíram para úlcera e por pouco a autônoma niteroiense não perdeu a visão.

No último dia 2 de dezembro, Deusa foi à unidade de Itaipu do Werner Coiffeur para realizar o alongamento de cílios com o objetivo de ir para um evento no fim do dia. No local, de acordo com Deusa, o primeiro erro já foi notado. Ao invés de utilizar uma bandeja como apoio para o material do procedimento – os cílios e a cola -, a profissional utilizou a própria testa da cliente como apoio dos equipamentos. 

Enquanto o procedimento era realizado, a cola para cílios acabou caindo e escorrendo pelo rosto da cliente e também parte do material ficou preso aos cílios naturais de Deusa. O problema, que ela e a companheira Luciene só vieram a saber depois do caos, é que a esteticista informou que a cola estava batizada com cola Super Bonder, que é recomendável para colar porcelana, metal, couro, borracha, plástico, mas não deve ser aplicado na pele, justamente por causar queimaduras. 

“A esteticista ainda falou que usou a testa dela como bandeja pondo três potinhos de cola misturada com super bonde, por que aprendeu a fazer o procedimento desta maneira. Além da queimadura, o que agravou também foi o fato dela ter posto algodão em contato com a cola, que aí deu combustão. E o pior ainda é que ela usou removedor de esmalte pra tentar remover a cola, o que queimou mais ainda. Então foi uma sucessão de erros.”, disse a esposa de Deusa, a também autônoma Luciene Assis, que tem utilizado todo seu espaço nas redes sociais para divulgar o caso e cobrar uma resposta da rede de salões de beleza, que até o momento não se pronunciou sobre o caso, que aconteceu no fim do ano passado, mas o casal decidiu divulgar somente agora após ter todos os laudos médicos e outros documentos que comprovam a lesão e a negligência do salão de beleza.

Ainda de acordo com Luciene, a esteticista informou que passou a misturar a cola para cílios com super cola porque algumas clientes estavam reclamando que os cílios postiços estavam descolando rápido, poucos dias após o procedimento de extensão. “Acidentes acontecem, mas a partir do momento em que ela mistura cola para cílios com super cola para, segundo ela, dar mais firmeza e os cílios não caírem, ela assume o risco de causar uma lesão em alguém, e somente a cola de cílios não ia causar aquele estrago todo”, ressaltou Luciene.

Segundo o laudo médico, Deusa sofreu “queimaduras de segundo grau em região supra-nasal e medial do olho, provocada pela cola. Foi necessário remover os cílios para liberar a movimentação”. Por conta do erro da esteticista, foi preciso realizar uma intervenção cirúrgica de emergência porque alguns ferimentos evoluíram para úlcera podendo depois causar lesão na córnea. A cirurgia foi realizada na pálpebra direita, mas também foi preciso realizar um procedimento de blefaroplastia na pálpebra esquerda para que o rosto dela não ficasse desigual. 

Devido ao procedimento cirúrgico, Deusa e Luciene viveram momentos difíceis durante o pós-operatório, com Deusa evitando espelhos e também sem conseguir dormir direito por causa dos pontos, cicatrizes e também pelo fato de, durante muito tempo, os olhos não fecharem completamente por causa da intervenção. Com cicatrizes pelo rosto e agora realizando um tratamento para o crescimento dos cílios, Deusa e Luciene lembram também do descaso e da negligência do salão de beleza de Itaipu com a cliente, que saiu do estabelecimento carregada em uma cadeira de rodas e com uma toalha cobrindo todo o seu rosto.

 





| Foto: Divulgação




 

“Negligenciaram socorro e tentaram abafar o que o aconteceu colocando uma toalha sobre sua cabeça para tampar seu rosto.”, disse Luciene. Ainda segundo as duas, não houve um pedido de desculpas por parte da profissional nem do salão de beleza onde a lesão aconteceu. 

“No dia do acontecido, eu liguei para a Werner Rio Design onde já havia feito contato semanas antes, para informar ao (s) proprietários da franquia sobre o ocorrido. Conversei uns 40 minutos com a gerente e ela disse que já havia sido informada sobre o caso e que achou que a coordenação já havia entrado em contato com a gente, ou seja, eles tomaram ciência do ocorrido e não tomaram nenhuma ação, não houve nem um pedido de desculpas. Não chamaram a ambulância porque provavelmente não queriam que vissem alguém saindo do salão deles daquele jeito. A gente resolveu tudo por meios particulares, o Werner não pagou um medicamento sequer.”, continuou.

 



Companheira de Deusa, Luciene, foi a pessoa que mais ajudou na recuperação



Companheira de Deusa, Luciene, foi a pessoa que mais ajudou na recuperação | Foto: Layla Mussi




 

Deusa e Luciene registraram um boletim de ocorrência na 71ª DP (Itaipu), que consta que Deusa sofreu uma lesão corporal. Elas agora aguardam o resultado de laudos para decidirem os próximos passos. Por enquanto, querem justiça e uma retratação. “A preocupação deles não foi socorrer a vítima, foi simplesmente impedir alguém de ver ou filmar o que estava acontecendo. Não houve um pedido de desculpa, uma retratação, não perguntaram se a gente estava precisando de alguma assistência, nem que fosse por telefone, mas abafaram o caso e todo mundo voltou ao normal e fingindo que nada aconteceu.”

Nas redes sociais, a comunidade de esteticistas abraçou o caso e tem dado visibilidade ao ocorrido. Foi criada a hashtag #lashescomadeusa para repercutirem o sofrimento de Deusa e da esposa. Elas esperam que o caso seja importante para dar voz à mulheres que passaram ou passam pelos problemas, mas têm vergonha ou medo de virem a público.

A reportagem fez contato com a unidade de Itaipu Werner Coiffeur, mas não obteve resposta sobre o caso.

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Fonte: O São Gonçalo