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As presenças de escorpiões na moradia estudantil da Unicamp, em Campinas (SP), reacenderam críticas de alunos para melhorias nos imóveis em meio ao receio de novos casos a menos de um mês para retomada integral das aulas presenciais nos campi. Diante disso, órgãos da prefeitura planejam uma ação no espaço para apontar possíveis adequações contra o problema, e aguardam um contato do Conselho da Moradia para a definição de data. Já a universidade ressalta que não houve casos de picadas, nega superlotação e destaca informativos e investimentos. Veja abaixo detalhes.
O início do ano letivo na universidade está marcado para 14 de março, e o planejamento da universidade contra a Covid-19 é alvo de elogios e críticas. Nesta semana, o g1 mostrou como está a vacinação da comunidade acadêmica, com base em dados atualizados até a segunda-feira (14).
O programa de moradia estudantil na Unicamp começou em 1990 e, atualmente, registra 769 estudantes contemplados com vagas, além de 22 estúdios para grupos familiares. A assessoria da universidade destaca que, deste total, trabalha no processo de vinculação de 131 alunos a uma casa.
Uma estudante contou à reportagem nesta quinta-feira que mora no local desde 2019 e, nesta semana, uma colega encontrou um animal na cortina do banheiro. Nenhuma delas foi picada. “Foi o primeiro que achamos em casa, mas os casos na moradia são recorrentes […] A atual estrutura é muito deficitária”, falou a aluna, que pediu para não ser identificada e guardou o escorpião dentro de um pote. Segundo ela, a limpeza sempre é feita no local e depois do incidente houve um novo trabalho na área.
A mãe de um outro aluno da universidade, contemplado com bolsa para a moradia neste ano, conta que foi de São Paulo ao local, em 13 de fevereiro, e ficou preocupada após uma estudante relatar aos colegas, em grupo de WhatsApp, que havia encontrado um animal na residência na semana passada.
“A minha preocupação é com todos, alguém pode vir a óbito. Tem gente de diversos lugares e é preciso ter um olhar criterioso”, falou a mulher que também pediu para não ter o nome revelado. Nos dois casos, os entrevistados alegaram temer algum tipo de retaliação por relatarem os problemas.
Campus da Unicamp, em Campinas — Foto: Rafael Smaira/g1
Coordenadora da gestão no Diretório Central dos Estudantes (DCE), Cecília Ciochetti avaliou que o problema dos escorpiões sinaliza precarização ao longo do tempo. “É uma política importante, que garante pessoas na universidade, mas a verba de manutenção tem sido reduzida ao longo dos anos e se reflete em problemas estruturais, desde paredes até larvas em caixa d’água, grama alta […] Há superlotação. É um problema grave, a gente tem batido na tecla sobre a importância da manutenção, reforma e ampliação”, criticou ao lembrar de reunião com a reitoria no início deste ano sobre o tema.
Em nota, a assessoria da Unicamp salientou que neste ano duas ocorrências de escorpião foram registradas pela administração da moradia, mas ninguém foi picado. Além disso, explicou que forneceu cartilhas para informar os moradores sobre situações de risco e que, de acordo com o planejamento da moradia, são realizados semestralmente procedimentos de dedetização contra baratas, insetos e outros animais que podem atrair os escorpiões ao local.
“Não há forma de controle químico direto contra escorpiões, segundo os órgãos competentes de vigilância. Em um ambiente como a moradia, próximo a áreas de mata, as medidas mais importantes são de prevenção, limpeza e cuidado diário”, diz um trecho da nota.
A Unicamp ressaltou que não há registro de superlotação de moradores regulares, mas frisou que a administração continua atenta às situações relatadas pelos moradores e age junto a eles para encontrar soluções. A universidade estadual também ponderou que o Conselho Deliberativo da Moradia, composto por estudantes, professores e funcionários reúne-se mensalmente para discutir demandas e elas podem ser encaminhadas por ordem de serviço, em qualquer período.
Ao ser questionada sobre precarização, a instituição rebateu e disse que R$ 101 milhões previstos em receitas no orçamento 2022 estão reservados para manutenção e ampliação da moradia. O valor, segundo a assessoria, equivale a 18,3% do valor de custeio do período avaliado, e que há mais R$ 50 milhões destinados para bolsas acadêmicas e sociais. Além disso, a Unicamp alegou que já fez uma série de reparos e manutenções emergenciais neste ano, por conta das chuvas, e que é a universidade pública “com um dos maiores (se não o maior) programa de permanência estudantil no país” .
“Apenas com a moradia foram gastos R$ 3 milhões, incluindo reformas e outros benefícios. O restante foi distribuído entre programa de bolsas, subsídio alimentação, atendimento médico e odontológica, serviço de apoio ao estudante e programa de apoio a atividades extracurriculares. A Unicamp está iniciando o processo de ampliação de novas moradias para 200 alunos. O primeiro passo será sua apresentação e discussão no Conselho de Moradia Estudantil”, diz trecho sem mencionar data.
Ainda segundo a universidade, um laudo estrutural é elaborado por professores das faculdades de Engenharia Elétrica e Engenharia Civil que “deve ficar pronto nos próximos meses” para, depois disso, ocorrer o início das reformas estruturais nas unidades já existentes.
“A Unicamp oferece 1.215 bolsas de auxílio à moradia, no valor de R$ 518,48, beneficiando 787 alunos em Campinas, 176 na Faculdade de Tecnologia em Limeira, 79 na Faculdade de Odontologia de Piracicaba e 173 na Faculdade de Ciências Aplicadas. A maior parte dos bolsistas [moradia e auxílio] também recebe a bolsa de auxílio social, voltada para a realização de atividades em projetos e órgãos da Unicamp. O valor atual é de R$ 959.”
Marcações para distanciamento social na Unicamp — Foto: Antoninho Perri/Unicamp
A administração municipal informou que a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) e a Vigilância em Saúde Norte (região de Barão Geraldo) farão uma avaliação conjunta no local para verificar as condições estruturais e apontamento das adequações necessárias para a intervenção no problema.
A prefeitura alertou que no período atual, de chuva e calor, há reprodução dos escorpiões e outros animais peçonhentos, o que pode gerar mais acidentes. “O que atrai os escorpiões é um conjunto de fatores, que inclui o acúmulo de materiais e onde há fonte de alimentos [insetos diversos]. Para impedir a infestação, é importante que as pessoas mantenham as casas e os quintais limpos, sem entulho, com as entradas e as passagens de portas, tomadas, ralos, grelhas e outros, bem vedados”, diz nota.
A administração salientou que o controle químico [dedetização] não é indicado como método eficaz pelo Ministério da Saúde, uma vez que, quando realizado de maneira incorreta, provoca a saída dos escorpiões dos locais de abrigo e eleva a possibilidade de acidentes aconteçam.
O soro antiescorpiônico está disponível no Hospital de Clínicas da Unicamp. Outras informações sobre controle de infestação e prevenção contra acidentes podem ser conferidas no portal da Saúde.
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Fonte: Fonte: G1