Haitiana é vítima de injúria racial em terminal de Curitiba

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp

[ad_1]

Uma jovem haitiana de 19 anos, cujo nome não será identificado neste conteúdo, foi vítima de injúria racial no Terminal do Guadalupe, no Centro de Curitiba, no final da tarde desta segunda-feira (19). Ela aguardava transporte para ir para casa no momento do crime e foi incentivada por populares a denunciar o agressor, um homem de 36 anos.

Haitiana é vítima de injúria racial em terminal de Curitiba e suspeito é contido por populares e preso
A haitiana de 19 anos está há sete no Brasil.
Foto: Cristiano Vaz/Banda B.

Testemunhas que estavam no local o contiveram e acionaram a Guarda Municipal. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a Central de Flagrantes, na capital. A jovem estrangeira mora há sete anos no Brasil e estava de saída do trabalho quando tudo aconteceu.

Bastante nervosa, ela contou à reportagem da Banda B que, enquanto chamava um carro por meio de serviço de aplicativo de celular, recebeu vários xingamentos por parte do rapaz, especialmente em referência à cor da pele e à nacionalidade.

“Ele passou e pediu pra eu fazer uma ligação, mas ele foi bem grosso e eu não respondi. Ele perguntou novamente e falei: ‘Não’. Aí ele falou: ‘Oh, sua nega de bosta! Preta, não é nada do Brasil’”,

afirmou a vítima, repetindo parte das frases desferidas por ele.

De acordo com a jovem, o rapaz foi muito agressivo e ela sentiu muito medo da situação. “Foi tão cruel da parte dele. É complicado. Me olhou de um jeito.”

Dois homens que estavam dentro de um salão de cabeleireiro e testemunharam a abordagem orientaram a vítima a denunciar o crime de injúria racial para a polícia.

“Não é a primeira vez que acontece. Com certeza não foi só comigo, com certeza acontece com outras pessoas. Eu saí do serviço agora. Podia ter falado não, mas esse tipo de coisa não pode deixar acontecer. Ser chamada de bosta é doloroso, não esperava”,

lamenta.

Auxílio de agentes da Guarda Municipal

A vítima foi auxiliada por dois agentes da Guarda Municipal. “Quando chegamos, o criminoso já tinha sido contido por populares. Ele proferiu várias palavras de injúria racial e até discriminando ela pela nacionalidade. Quando a gente chegou lá, não estava mais falando”, contou o o GM Paulo Henrique.

Segundo o guarda, a haitiana estava bastante assustada e decidida a representar contra o agressor. Paulo Henrique aproveita para alertar sobre a importância de denunciar.

“É muito importante essa representação, senão crimes desse tipo continuam acontecendo diariamente. Acontecem muito e o pessoal acaba deixando pra lá, não querendo tomar as atitudes devidas, e isso só incentiva essas pessoas a continuarem a ter esse tipo de atitude”,

diz.

O homem de 36 anos foi preso em flagrante.
Foto: Colaboração.

Este é um tipo de crime que choca e revolta até os guardas, que são acostumados com situações de todo tipo de gravidade no dia a dia. O GM Paulo Henrique nem mesmo quis repetir as palavras usadas pelo agressor.

“Não gosto de falar nenhuma das palavras. Ele se referiu à cor dela e outras palavras, como se fosse uma situação pejorativa ela ter essa cor, essa raça ou essa nacionalidade. Ele usou de palavras de baixo calão, que eu nem ouso repetir.”

A parceira no atendimento à ocorrência, GM Iara, conta que também ficou assustada com o caso.

“Logo o Brasil, um país de tanta miscigenação de raças, ainda ter gente que acredita ter essa diferença de raças e acha que não são bem- vindas.”

O rapaz denunciado pela jovem haitiana vai responder pelo crime de injúria racial, que é o ato de proferir palavras de maneira pejorativa a uma outra pessoa por sua raça e nacionalidade.



[ad_2]

Fonte: Banda B