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O funcionário público Roberto Pereira, de 52 anos, afirmou que está “agoniante” a espera pela liberação de corpos no Instituto Médico-Legal (IML) de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Ele aguarda por três dias a autorização para poder enterrar sua mãe, Helena Ruth Pereira, de 65 anos. Roberto contou que tirou a mãe do barro sozinho porque os bombeiros não tinham ferramentas adequadas para ajudar.
“Eu tirei minha mãe do barro e o bombeiro ficou lá embaixo porque não tinha uma ferramenta. E dizem que ‘a logística está boa’. Eu quero saber do comandante do bombeiro se ele tem condição de ‘pegar’ essa calamidade. Deixa a gente ajudar, tem todo mundo para ajudar. ‘Ah, não pode’. Não pode porque não é a família dele que está lá dentro”, disse ele.
Ruth morreu em casa, após o bairro Alto da Serra ser afetado pelas chuvas.
O Corpo de Bombeiros afirma que atua com 500 militares nas buscas pelos desaparecidos.
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (18), o governador Cláudio Castro afirmou que 200 máquinas chegaram à Petrópolis para ajudar nos resgates. Ele disse que há equipes o suficiente trabalhando nos locais de resgate.
“Não adianta ter gente demais aqui. A imprensa tem cobrado que tenha muitas pessoas aqui. Há um problema sério de trânsito, o terreno está instável. Estamos com um número suficiente de acordo com o que a técnica manda”, disse o governador.
Segundo ele, o acúmulo de mortos está causando um “cheiro podre” no IML.
Um caminhão-frigorífico foi usado para armazenar parte dos corpos que estão sendo retirados dos escombros da chuva da última terça-feira (15), que destruiu parte da cidade.
“O frigorífico não tem condição de conservar os corpos. Vocês estão sentindo o cheiro de podre já? Está agoniante a espera”, afirmou Roberto.
O filho questiona as condições de trabalho no local.
“Tem policiais que já estão aí [no Instituto Médico Legal] trabalhando por três dias direto”, disse.
Após quatro dias de buscas em Petrópolis, o Corpo de Bombeiros acredita ainda ser possível resgatar vítimas com vida da lama. Durante a madrugada desta sexta-feira (18), sirenes no Morro da Oficina – um dos locais mais devastados pela tempestade que causou deslizamentos e destruiu a cidade – voltaram a tocar.
O número de mortos chegou a 120, segundo o Corpo de Bombeiros. Dos 117 corpos que estavam no Instituto Médico-Legal (IML), 77 são de mulheres e 40 de homens. Desses, 20 são menores. Ao todo, 57 corpos foram identificados.
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Fonte: G1