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Apesar de alertarem sobre a possibilidade de chuva na região, os técnicos do Cemaden não souberam informar na segunda-feira (14) sobre a intensidade da chuva, segundo o diretor do órgão, Oswaldo Luiz de Morais.
“A gente precisa reconhecer que nós não conseguimos dizer na segunda-feira se esse evento iria acontecer na terça, na quarta, ou na quinta. O cenário meteorológico estava desenhado e era impossível fazer a previsão de quanto iria chover. O alerta é importante e de alguma maneira o alerta do desastre natural foi emitido com dois dias de antecedência”, explicou Oswaldo Luiz de Morais, diretor do Cemaden.
Essa não é a primeira vez que uma chuva que atinge em cheio uma cidade da Região Serrana. Em 2011, alguns municípios sofreram com a maior tragédia climática da história do Brasil, com mais de 900 mortos.

Deslizamentos provocaram mortes e destruição no Alto da Serra, em Petrópolis.
Mais monitoramento, mas pouco avanço na prevenção
Para Oswaldo de Morais, existem dois motivos para eventos como esses se tornarem grandes tragédias nacionais: a ameaça natural e a ameaça social.
Segundo o diretor do Cemaden, o país evoluiu em relação ao monitoramento das condições climáticas. Contudo, Morais acredita que não houve avanço nos trabalhos de prevenção.
“Não tenho dúvida nenhuma que nos últimos anos o Brasil evoluiu na capacidade de fazer o monitoramento dos processos que deflagram os alertas. O Cemaden foi criado após aquele evento na região serrana do Rio de Janeiro (2011). Nós não tínhamos nada no Brasil para fazer o monitoramento e alertas desses eventos. Isso significa que o Brasil avançou”, explicou.
“O outro elemento é o elemento social, que está associado com a vulnerabilidade e exposição das pessoas. é preciso reconhecer que tivemos pouquíssimo avanços nesse ano”, completou.
Oswaldo de Morais revelou ainda que a cidade de Petrópolis conta com 500 áreas de risco e que esse número provavelmente está defasado, já que foi resultado de um levantamento feito em 2012.
“Nós não sabemos a evolução do número de áreas de risco e de pessoas expostas. Mesmo que a gente tivesse aumentado significativamente, se nós não tivermos prevenção nós vamos continuar convivendo com eventos dessa natureza”, finalizou.
Veja como se formou a chuva em Petrópolis — Foto: Arte/g1
Maior temporal registrado em Petrópolis
Na opinião de Marcelo Seluchi, supervisor chefe do Cemaden, o temporal que caiu em uma parte da cidade de Petrópolis foi impossível de prever.
Segundo o especialista, a intensidade da chuva que caiu em uma pequena região do município é raríssima. Foram 230 milímetros de chuva em apenas três horas. O volume é maior do que o previsto para todo o mês de fevereiro.
“Não houve praticamente deslocamento (das nuvens). Isso tornou muito ineficiente os equipamentos. Neste caso, a chuva surgiu em cima de Petrópolis e permaneceu ali praticamente até dissipar”, explicou Marcelo Seluchi.
Bombeiros, agentes da Defesa Civil e moradores atuam juntos para encontrar corpos ou sobreviventes no Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Arthur Guimarães/TV Globo
O chefe do Cemaden ainda comentou que não existe em nenhum lugar do mundo um modelo meteorológico capaz de prever esse tipo de fenômeno natural.
“Não existe modelo, metodologia, instrumento, ferramenta possível que permita prever uma chuva dessa magnitude num espaço tão curto, num lugar tão pequeno e num tempo tão rápido. Não é uma falha da meteorologia brasileira. É uma limitação da ciência tecnológica. Assim como a medicina tem dificuldades para curar determinada doença, há determinados tipos de fenômenos meteorológicos que temos imensa dificuldade de prever”, pontuou.
“Sem dúvida se trata de um fenômeno extremo que na nossa avaliação preliminar foi a junção de vários fatores, como normalmente ocorrem em casos tão extremos”, completou.

Entenda por que choveu tanto em Petrópolis
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Fonte: G1