Morador do Alemão faz sucesso com marca própria de roupas que refletem o estilo da comunidade

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Uma marca de roupas da própria comunidade e que reflete o estilo de vestir dos moradores. A iniciativa partiu de King Olliver, do Complexo do Alemão, um jovem nascido e criado no local que hoje faz o maior sucesso, principalmente entre os jovens. Tudo começou em 2019, quando Anthony Reis de Oliveira, de 21 anos, conhecido como Bené, resolveu investir os únicos R$ 30 que tinha na compra de um quilo de malha. Foi o suficiente para fazer só quatro camisas, que agradaram os amigos: eles se tornaram os primeiros clientes e deram pontapé no negócio.

— Minha filha (Antonella) estava pra nascer e por conta de já ter trabalhado com roupa tinha o desejo de criar minha marca para atender meu público, que era a comunidade, e criar um estilo que atendesse essas pessoas. Conversei com meu cunhado e minha cunhada sobre a ideia. Então fomos na Penha, onde tem várias malharias, compramos um quilo de malha e criei quatro camisas. Daí, a coisa foi andando — explicou o empreendedor, que tem como sócio o cunhado Marcos Paulo de Lima Rodrigues, de 40 anos.

E a coisa andou mesmo. De lá para cá, a dupla já montou uma confecção e abriu uma loja, ambas na comunidade, e tem uma equipe composta por duas costureiras, quatro funcionários e até mesmo uma fotógrafa que é responsável pelos ensaios com as peças das novas coleções e por alimentar a página no instagram (@olliver_rj), que tem quase 3 mil seguidores. A cunhada Analiane Rodrigues, que é designer, cria as estampas, normalmente em cima das ideias sugeridas por Bené.

Bené tem uma página no instagram (@olliver_rj), que já conta com quase 3 mil seguidores: sucesso nas redes
Bené tem uma página no instagram (@olliver_rj), que já conta com quase 3 mil seguidores: sucesso nas redes

Enquanto a primeira coleção era composta por só 20 peças, hoje a cada novo lançamento são mais de 300, entre camisas, bermudas e roupas femininas, sempre buscando atender os anseios e o modo de vestir próprios dos moradores da comunidade. Um dos diferenciais da marca é oferecer a possibilidade de criar modelos exclusivos, de acordo com o gosto do cliente.

— É uma roupa que representa o morador de favela. O povo gosta de um estivo mais casual: vestidos coladinhos, cropped, short curto, para as meninas, e bermudas com rasgadinho e regatas diferenciadas para os rapazes. Lá fora a gente até acha essas roupas, mas por um preço fora da nossa realidade — define a confeiteira Ana Clara da Silva Machado, de 21 anos, moradora do Alemão e cliente da marca.

Bené é o que pode se chamar de um empreendedor nato. Já fez um pouco de tudo: vendeu lanche na praia e salgado pelas vielas da comunidade, além de já ter trabalhado como ajudante de pedreiro e com conserto de aparelhos de ar-condicionado.

— Na época de escola (ainda adolescente) saía pelo Complexo do Alemão vendendo salgados. Meu apelido na época era Bené do Salgado — contou o rapaz que também tentou ser jogador de futebol, mas sempre nutriu amor maior pela moda: — É uma gratificação muito grande ver as pessoas usando uma roupa criada por mim e pela minha equipe.

Referência e geração de empregos

A maior satisfação de Bené é mostrar que a comunidade também pode ser destaque por coisas positivas, como um jovem empreendedor que deu certo e pode servir de inspiração para outros rapazes e moças da favela. Ele quer também gerar empregos onde vive:

— A gente entende que é referência na comunidade. Tem jovens que se espelham na gente. Costumamos dizer que nossa loja é muito mais que um espaço de venda de roupas ou uma marca. É um local onde a gente compartilha aquilo que Deus fez na nossa vida e impacta na dos outros. Tem jovens que chegam aqui sem nenhuma expectativa, sem saber o que vai fazer da vida e saem impactados com o que vêem. Nós somos influenciadores e não é digitais. É da vida mesmo.

A loja, que desde 2020 funciona numa garagem embaixo da casa de Bené, não é a sua primeira tentativa no negócio. Já teve outra na parte mais alta da favela que acabou sendo prejudicada pela chegada da pandemia.

— Bené sabe o que o morador usa e entende o nosso estilo de vestir — defende o auxiliar de estoque Igor Monteiro, de 25 anos, um dos primeiros clientes que se mantém fiel à grife.



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Fonte: G1