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RIO — Além da cerveja gelada e dos drinks especiais, a Barraca Ponto G, tradicional point LGBTQ+ da praia do Leme, na Zona Sul do Rio, começou a oferecer um serviço diferenciado aos seus frequentadores desde esta quinta-feira: para garantir a segurança dos banhistas que escolhem aquele trecho da areia para se bronzear e refrescar das altas temperaturas que têm passado dos 40 graus nos últimos dias, o barraqueiro Luiz Henrique Guilherme, de 45 anos, resolveu contratar dois seguranças particulares. Ele contou que decidiu adotar a medida depois de duas tentativas de arrastões, ocorridas no domingo e na quinta-feira, que provocaram medo e correria na areia.
— Os roubos estão acontecendo em todas as praias da Zona Sul, por causa do verão. Mas aqui no Leme não estávamos acostumados com isso. Não vamos tolerar violência. Queremos que seja como sempre foi: o Rio de Janeiro pegando fogo e a praia do Leme na mesma tranquilidade de sempre. Estão querendo mudar isso, mas não vamos permitir — disse o barraqueiro, morador do Morro da Babilônia e que trabalha nas areias desde os 11 anos.
O barraqueiro disse que a medida conta com a aprovação dos banhistas e que tem recebido muitos elogios. Ele disse que já está conversando com outros colegas para levar a experiência para outras barracas naquele trecho de praia.
Segundo Luiz Henrique Guilherme, as ruas internas do bairro já contam com segurança particular e agora a novidade chega à areia da praia. Inicialmente serão apenas dois seguranças que atuarão desarmados, entre as 11h e as 19h, durante todos os dias da semana.
— A gente não quer violência aqui. Quer que as pessoas que trabalham e vêm aqui para se divertir curtam a praia e voltem para casa em segurança. A gente não quer coisa ruim no Leme. Está sendo um sucesso (a contratação de seguranças). Se tem segurança nas ruas internas do bairro por que não ter aqui (na praia) ? Tem tudo para dar certo — acredita o barraqueiro.
A medida repercutiu nas redes sociais. “Uma pena que tenhamos chegado a esse ponto. Não gosto muito de segurança privada, acho que não resolve muita coisa, mas entendo que a barraca quer dar mais segurança aos seus clientes. Desejo boa sorte pra barraca e pros seguranças”, escreveu um internauta. “Fico pensando no que mais vamos precisar para ter um lazer na praia…muito triste chegarmos a esse ponto, para curtir mais nossa natureza”,postou outro.
“A gente não pode ter medo de se divertir na praia, no Leme, na nossa casa”, postou um morador do bairro. “A que ponto chegamos? É o fim! não condeno a ação deles, ela nos dá garantias, mas está nítido que a cidade acabou”, se indignou mais um.
Banhistas que frequentam aquele trecho da praia aprovaram a novidade. O comerciante Silvio Drago, de 43 anos, acha que a presença de seguranças, mesmo desarmados, serve para inibir ação de ladrões na areia. Ele se queixou de que quase não vê policiais ou guardas municipais naquela área.
— Só o fato de ter esse tipo de segurança já é suficiente para nos deixar mais tranquilos para tomar nossa cerveja de boa e curtir a praia comos amigos. Acho maravilhosa a iniciativa. Nos deixa mais seguros — elogia o banhista.
Secretário defende força-tarefa
O scretário de Polícia Civil do estado do Rio, Allan Turnowski, afirmou que a violência nas praias não é apenas uma questão policial:
— A questão da praia, é uma questão mais complexa do que propriamente só criminal ou de polícia. Ali são menores das mais diversas comunidades que vão à praia na Zona Sul, muitos deles sem passagem, mas que no momento em que estão ali aglomerados com outros menores resolvem correr e furtar. Não é nem com arma, não é roubo, é mais furto, um crime de menor potencial ofensivo e praticamente ninguém fica preso por furto der celular, ainda mais sendo menor. Então o que tem de ter ali é uma força-tarefa com diversos segmentos, Defensoria Pública, Ministério Público, polícias, Prefeitura, para que possam organizar uma ação e trazer tranquilidade para aqueles que querem aproveitar a praia. Tratar esses menores simplesmente com polícia é tudo aquilo que tenho ouvido nos últimos anos que ninguém quer. Então o que tem de ser feito é uma conscientização, uma força-tarefa de diversos seguimentos para qie se resolva o problema e se permita que todos possam usar a praia de maneira legítima. Não é um caso de polícia, é um caso social que tem de ser analisado por todos os seguimentos da sociedade.
Confusão na areia
Na tarde de quinta-feira, considerada a mais quente do atual verão carioca, a praia do Leme foi palco de uma confusão nas areias. Banhistas relataram nas redes sociais que houve um arrastão no local, mas a polícia não confirmou. Com o tumulto, houve correria e algumas pessoas chegaram a passar mal.
Procurada, a Polícia Militar negou que tenham acontecido roubos. Segundo a corporação, houve uma briga na faixa de areia, equipes do 19º BPM (Copacabana) foram acionadas e o desentendimento foi cessado. Ainda de acordo com a PM, não houve registro de feridos e apresentação de vítima.
A Guarda Municipal confirmou as informações da PM e disse que o único registro feito pelo órgão da orla foi a apreensão de um adolescente de 17 anos, suspeito de furtar uma bolsa com celular e outros objetos na Pedra do Arpoador.
Após o furto, ele se juntou a um grupo de aproximadamente 11 jovens e adolescentes. A atitude chamou a atenção da equipe da Guarda, pois o jovem estava andando apressado, olhando para trás como se estivesse fugindo, com uma sacola branca com inscrição azul. A sacola tinha as mesmas características de uma informada por uma vítima que acionou outra equipe da GM, que também estava patrulhando a orla. Ao ser abordado, o adolescente não conseguiu desbloquear o telefone e confessou o furto. O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon).
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Fonte: G1